domingo, 11 de setembro de 2016

Evento: Descomplique: Psicologia ao seu alcance

Em Santo Antônio de Jesus- Bahia
Dia 03 de Setembro de 2016, aconteceu em Santo Antônio de Jesus, na Praça Padre Mateus, o evento: Descomplique: Psicologia ao seu alcance, que aconteceu a partir das 9h00min, visando apresentar a população de Santo Antônio de Jesus: a Psicologia e seus diversos espaços de atuação. O espaço cultural da referida praça estava organizado com diversos estandes e cada estande abordava um campo de atuação da Psicologia: Psicologia Escolar, Psicologia Organizacional e do Trabalho, Psicologia da Saúde, etc, e contava com profissionais da Psicologia (recém-formados ou que já tinham algum tempo de atuação) para explicar sobre os referidos campos.
No estande que abordava a Psicologia Escolar foram abordadas verdades e inverdades sobre o referido campo de atuação. A afirmação “Na orientação profissional o psicólogo diz qual o curso que o estudante deverá cursar” é uma inverdade. Conforme foi explicado pela profissional psicóloga que estava no estande, o objetivo da orientação não é direcionar, mas sim criar condições para que a pessoa orientada possa fazer uma escolha autônoma, consciente e individual, tendo a ajuda do psicólogo. Também foi apontada como inverdade a afirmação “No ambiente Escolar o psicólogo só trabalha com os estudantes.” Conforme foi explicado pela palestrante, em sua atuação, o psicólogo não trabalha só com o estudante, mas sim atua com todos os membros da escola (professores, diretores, faxineira, merendeira), bem como considera todas as relações que se dão no contexto escolar. As conversas do Psicólogo Escolar com estudantes e professores não só acontecem nos espaços mais formais como a secretaria, mas também nos espaços informais, exemplos: na hora do café, no recreio, nos intervalos. O Psicólogo escolar realiza um diagnóstico institucional, e não individual, ao realizar o levantamento de demandas (ouvindo o dito e o não dito), para então elaborar um plano de ação com estudantes, professores, família, outros educadores. Algumas verdades sobre a atuação do Psicólogo Escolar foram também apresentadas, tais como: “O psicólogo Escolar pode contribuir na inclusão escolar de pessoas com necessidades especiais” e “As ações do psicólogo podem envolver todo o ambiente educacional”.
Falar em escola nos remete ao documentário: “Quando Sinto que já sei”, disponível no youtube, que indicamos a vocês: Ainda no estande referente a Psicologia Escolar, havia alguns livros interessantes que são ferramentas de estudo dos profissionais desse campo de atuação. A profissional Psicóloga apontou alguns desses livros que ela já havia lido e que indicava para profissionais da Psicologia Escolar. Alguns dos livros indicados em exposição na banca do estande se referiam à Educação Inclusiva. A Educação inclusiva busca inserir as crianças/adolescentes com deficiência em escolas regulares, a fim de fazer com que todos possam aprender e se desenvolver, bem como também possibilita o convívio com as diferenças. Sendo Educação Inclusiva as crianças, jovens e adultos com deficiência fazem parte de ambientes educacionais com todos. Sant’Ana, Izabella (2005) aponta que a orientação inclusiva leva à necessidade de um ensino que considere e se adapte às individualidades e às diferenças. De acordo com a autora referendada, os educadores precisam ter a capacidade de atuarem com competência em conjunto com os estudantes emersos em qualquer que seja o nível de ensino. Mas, Goffredo (1992) e Manzini (1999), citados por Sant’Ana, Izabella (2005) argumentam que tem aparecido barreiras para que a educação inclusiva seja colocada em prática, uma vez que os educadores das classes regulares não tem formação para atender as demandas das pessoas com deficiência, além de não ter muitas vezes uma boa infra-estrutura e condições em termo de materiais, para que juntamente com a criança/adolescente com deficiência seja realizado o trabalho de ensino-aprendizagem. De acordo com esta autora, tem sido debatido que os educadores não têm uma formação especializada para trabalhar com estes estudantes, e esse acabou sendo um empecilho para que esse tipo de política fosse colocada em prática. O tema Educação Especial, remete a um belo filme que recomendamos a vocês, intitulado: “Como estrelas na terra toda criança é especial”, disponível no youtube. Estande: Psicologia da saúde
No estande sobre a área Psicologia da Saúde, a profissional psicóloga realizou um jogo com as pessoas que visitavam o estande, o jogo era composto de um dado, sendo que em cada lado do dado havia um campo de atuação do Psicólogo da saúde. O participante jogava o dado e com base nas imagens que aparecessem no dado, tinham que dizer em qual campo o psicólogo da saúde estava atuando. Havia em cada lado do dado um campo de atuação do psicólogo da saúde, tais como: nas ESF (Equipes de Saúde da Família), no NASF (Núcleo de Apoio a Saúde da Família), em Unidades Básicas de Saúde, em hospitais, em comunidades, no CAPS, no CREAS, no CRAS, no hospital. Em seguida, a profissional psicóloga explicava as funções que o psicólogo da saúde desempenha em cada um desses campos de atuação. Foi ainda enfatizado na explicação dessa profissional que o trabalho realizado nesses campos é multidisciplinar, ou seja, o psicólogo da saúde atua em conjunto com outros profissionais: enfermeiros, nutricionistas, técnicos de enfermagem, médicos, entre outros. Nesse estande foi realizada ainda outra dinâmica, a psicólogo pegou uma caixa enfeitada como se fosse um presente e perguntava para a pessoa: “Qual o melhor presente que você tem?” Em geral as pessoas diziam: família, amigos. Ao virar à caixa a pessoa via um espelho e sua imagem refletida nele. Então, a pessoa se dava conta de que sua vida é um presente, mas que muitas vezes não cuidamos de nós mesmos, não nos prevenimos de doenças e só buscamos um profissional quando o problema já está instalado. Foi ainda enfatizado que até mesmo os profissionais psicólogos precisam cuidar de si próprios para que estejam bem para o cuidado com o outro. Borges e Cardoso (2005) apontam que a Psicologia Social da saúde se refere a um campo de conhecimento e prática que com uma abordagem mais coletiva e comunitária direcionada para a saúde, trata de questões psicológicas. Marín (1995), citado por Borges e Cardoso (2005) aponta que todas as tarefas que o Psicólogo Social executa, ele não se foca apenas na saúde mental, mas sim na busca de uma saúde integral. Segundo Spink (2003), citados pelas referidas autoras, a Psicologia Social da Saúde se compromete com a cidadania e com os direitos sociais, tendo como principais aspectos à atuação em um ponto de vista coletivo. Rompendo assim, com abordagens que se centram no indivíduo, abordagens estas, mais tradicionais. Segundo Borges e Cardoso (2005), a atuação do Psicólogo Social da Saúde, em especial, acontece nos serviços de atenção primária à saúde e se centra na promoção da saúde e na prevenção de doença. A área de atuação Psicologia da Saúde remete a um excelente documentário, disponível no youtube, intitulado: Sicko, que recomendamos a vocês: Estande: Psicologia Organizacional e do Trabalho (POT)
No estande sobre a área Psicologia Organizacional e do Trabalho foi explicado que essa área visa promover a saúde do trabalhador e o seu bem-estar no ambiente do trabalho, favorecendo um melhor desempenho profissional, por meio do desenvolvimento de competências, habilidades e atitudes. Entre as tarefas realizadas pelo psicólogo organizacional e do trabalho, foram citadas: a avaliação de desempenho, treinamento comportamental, avaliação psicológica, entrevista por competências, dinâmica de grupo, recrutamento de candidatos, pesquisa de clima organizacional, acompanhamento de pessoal, triagem de currículos, entre outras. Em seguida, a pessoa que visitava o estande era convidada a participar de um jogo, em que tinha que responder questões referentes ao psicólogo organizacional e do trabalho. No chão havia desenhada uma amarelinha e a medida que o participante acertasse as questões, ia subindo de casa, e errando voltaria uma casa. Quando o participante chegava ao final da amarelinha (“ao céu”), após ter respondido às questões, poderia escolher um brinde.
Estande: Equoterapia e autismo. Um dos estandes abordou a equoterapia. A mesma, de acordo com Ande (1999), citado por Silva, J. P., & Aguiar, O. X. (2008), é um método terapêutico que faz uso do cavalo e que visa ao desenvolvimento como um todo (biológico, psicológico e social) da pessoa com deficiência. Nesse estande fomos convidados a uma demonstração com uma bola. A pessoa que visitava o estande era convidada a sentar em uma bola, dessas usadas para pilates, e fazer os seguintes movimentos: para frente e para trás, para direita e esquerda, para cima e para baixo. Em seguida, foi explicado que o cavalo realiza todos esses movimentos de uma só vez. Ande (1999), citado por Silva, J. P., & Aguiar, O. X. (2008) aponta que o resultado desse movimento possui três dimensões. Segundo Ande, citado pelas referidas autoras, a forma como o cavalo caminha impõe um deslocamento da cintura pélvica de cinco centímetros nos planos vertical, horizontal e uma rotação de 8 graus para um lado e para o outro. Silva, J. P., & Aguiar, O. X. (2008) apontam que no momento que a pessoa entra em contato com o animal, a terapêutica da equoterapia já tem início. Segundo as autoras, já de início o participante terá que lidar com um problema novo que o contato com o cavalo oferece: descobrir formas para que, por exemplo, o animal leve-o aos lugares em que deseja ir. E por si só, de acordo com Mendes (2008), citado por Silva, J. P., & Aguiar, O. X. (2008), essa relação já pode contribuir para que a confiança e a afetividade se desenvolvam, assim como trabalha limites, já que nessa relação há regras que não podem ser quebradas. Foi explicado no estande que a equoterapia é um método terapêutico usado para pessoas com cegueira, com síndrome de down, com autismo. No que diz respeito ao uso da equoterapia em pessoas com autismo, foi explicado que pelo fato do cavalo ser um animal alto, grande, já desenvolve na pessoa com autismo a auto-estima. Uma das dificuldades da pessoa com autismo é o toque, então, como foi explicado, elas são convidadas a acariciarem o animal. O autismo remete a um lindo filme disponível no youtube: “Meu filho, meu mundo”, que recomendamos a vocês.
No estande ainda foi apresentado o conjunto de sintomas que a pessoa com autismo apresenta, tais como: resistem ao aprendizado, resistem ao contato físico, não se misturam com outras crianças, apresentam apego não apropriado a objetos, resistem a mudanças de rotina, às vezes são agressivas e destrutivas, não mantém contato visual, etc. O filme “Meu filho, meu mundo”, indicado acima, ilustra alguns desses sintomas. Silva, A. B, Gaiato, M. B et.al (2012) abordam que a primeira área que sobre prejuízo é a habilidade social. A dificuldade, segundo elas, de interpretar as expressões faciais e as intenções dos outros não permitem que as pessoas com autismo percebam algumas situações do ambiente em que estão inseridas de forma correta. A segunda área, que de acordo com as autoras, sobre prejuízo, é a da comunicação tanto verbal quanto não verbal e a terceira são as inadequações comportamentais. Silva, A. B, Gaiato et.al (2012) apontam que as crianças com autismo possuem interesses e atividades repetitivas e limitadas, como se interessar por um único tema (três, dinossauros, carros, etc), tem dificuldade de lidar com situações que fogem o controle delas e se mostram pouco flexíveis em mudar os hábitos, rotinas. Estande: Como a ansiedade influencia a sua vida? Havia ainda um estande abordando ansiedade. Nesse estande a profissional psicóloga apontou como a ansiedade pode influenciar a qualidade de vida. Ela ainda abordou as alterações fisiológicas, psicológicas e comportamentais que podem ser geradas pela ansiedade. Entre as alterações fisiológicas citadas estão: cansaço físico e mental, aumento da sudorese, tensão principalmente nos músculos das costas, pescoço, estômago e testa insônia, tontura. As alterações psicológicas e comportamentais citadas foram: preocupação excessiva, tristeza, indecisão, apreensão, medo, irritabilidade. Foram apresentados dois envelopes: “Descubra sua ansiedade” e “Descubra a ansiedade de deu filho.”
No envelope “Descubra sua ansiedade”, havia perguntas, essas são algumas das questões que haviam neste envelope: “Preocupo-me demais”, “tento sempre ter o controle da situação para me sentir seguro, antecipo problemas futuros. As coisas não deram errado ainda, mas eu penso em todas as possibilidades”. Para as perguntas, a pessoa poderia responder: quase nunca, às vezes, sempre. A pontuação adquirida com as perguntas poderia indicar graus de ansiedade. Hipoteticamente, a partir das respostas às perguntas, a pessoa teria determinado grau de ansiedade, sendo necessário investigar melhor esse grau de ansiedade que apareceu com a pontuação nesse questionário, uma vez que são apenas indicativos.
Ainda nesse estande havia algumas sacolas com carinhas de expressões faciais: alegre, ansioso, com raiva, triste, etc. Após terminar a explicação sobre ansiedade e como a mesma influencia a qualidade de vida, a psicóloga perguntava aos que visitavam ao estande como elas estavam se sentindo naquele momento e após a resposta das pessoas, a psicóloga retirava da sacola papéis com frases que correspondiam a como as pessoas diziam que estavam se sentindo.
Estande: O papel do psicólogo no atendimento ás vítimas de violência doméstica
Um dos estandes abordava o papel do psicólogo no atendimento ás vítimas de violência doméstica. No estande eram disponibilizadas perguntas, afirmações, e quem visitava os estandes era convidado a responder uma cruzadinha com base nessas afirmações. Por exemplo, na afirmação de número 3: “O papel desse profissional é fundamental no auxílio a mulheres vítimas de violência doméstica, pois ele é capaz de não só realizar um trabalho de acolhimento, mas também de contribuir para a compreensão do sujeito e abordar sua relação com a sociedade”, a resposta correta é Psicologia. Na frase de número 5: “O atendimento ____________ tem como objetivo bordar questões como acolher, orientar, trabalhar a rigidez da vítima, não vitimização, trabalhar a autoestima (...)”, a palavra que completa corretamente a lacuna é: psicológico.

Nenhum comentário:

Postar um comentário